Na última sexta-feira (14), Búzios se despediu de uma de suas figuras mais emblemáticas: Eva Maria Oliveira, a querida Dona Eva, que faleceu aos 114 anos em sua residência no Quilombo da Rasa. Sua partida marca o fim de um ciclo de sabedoria, resistência e cultura viva, mas seu legado permanecerá para sempre na memória de quem teve o privilégio de conhecê-la.
Uma vida dedicada à preservação da cultura quilombola
Nascida em 23 de dezembro de 1910, Dona Eva testemunhou transformações profundas na sociedade brasileira. Filha de quilombolas afrodescendentes, cresceu em meio às tradições de sua comunidade, tornando-se uma guardiã da história e da identidade cultural do Quilombo da Rasa.
A matriarca nunca se afastou de suas raízes e sempre esteve à frente da luta pela preservação do patrimônio quilombola, transmitindo saberes, histórias e costumes para as novas gerações. Seu lar, ao longo dos anos, se tornou um ponto de encontro para aqueles que buscavam aprender sobre a ancestralidade afro-brasileira.
Reconhecimento e momentos históricos
A força e a representatividade de Dona Eva ultrapassaram os limites de sua comunidade e foram reconhecidas em momentos históricos. Em 2016, ela foi uma das escolhidas para conduzir a tocha olímpica dos Jogos Rio 2016, um feito que encheu Búzios de orgulho.
Em 2021, mais uma vez esteve à frente de um momento marcante ao se tornar a primeira idosa vacinada contra a COVID-19 no município, reforçando a importância da imunização e servindo de exemplo para todos.
Outro marco importante aconteceu em 2023, quando Dona Eva recebeu a visita do Príncipe de Oyo, da Nigéria, fortalecendo os laços entre Brasil e África e evidenciando a relevância do Quilombo da Rasa no cenário internacional.

Uma despedida carregada de respeito e gratidão
O falecimento de Dona Eva representa a partida de uma testemunha viva da história, mas sua presença será eternamente lembrada. Filhos, netos, bisnetos e tataranetos carregam seu legado e continuarão a manter vivas as tradições que ela tanto prezava.
O velório aconteceu na Igreja Assembleia de Deus da Rasa, e o sepultamento realizado no sábado (15) no Cemitério de Santana.
Mais do que uma despedida, este foi um momento para celebrar a vida e a trajetória inspiradora dessa mulher que dedicou mais de um século à preservação da cultura quilombola.

Eterna na memória de Búzios
Dona Eva não foi apenas um nome ou uma figura emblemática. Foi a voz dos antepassados, o elo entre o passado e o presente, um símbolo de força, fé e resistência. Seu nome continuará sendo reverenciado sempre que se falar sobre identidade, cultura e história.
💬 Você tem lembranças ou histórias sobre Dona Eva? Compartilhe sua homenagem nos comentários!
📲 Seja a voz do seu município! Envie sugestões e denúncias para o WhatsApp do Conexão Lagos: (21) 97949-0675.