A prática irresponsável de capturar tartarugas marinhas para tirar selfies tem gerado indignação em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. Imagens recentes mostram banhistas perseguindo os animais em áreas de alimentação e descanso, colocando em risco sua permanência na região e configurando um crime ambiental.
Indignação e Reforço na Fiscalização
A repercussão do caso provocou revolta entre ambientalistas e voluntários que atuam na preservação da fauna marinha. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão da Reserva Extrativista de Arraial do Cabo, anunciou que reforçará a fiscalização na área.
De acordo com Carlos Augusto Ribeiro Barbosa, chefe substituto e coordenador de fiscalização da unidade de conservação, a reserva receberá um aumento no número de agentes temporários, especialmente nas áreas de maior fluxo turístico durante a alta temporada.
📌 “É desafiador estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas, com base no vídeo que identificou o local do incidente, vamos intensificar o monitoramento naquela área para evitar que situações como essa se repitam”, afirmou Barbosa.
Impacto no Ecossistema
Especialistas explicam que as tartarugas utilizam os corais da Reserva Extrativista de Arraial do Cabo durante a maré baixa para se alimentar e descansar. O contato irresponsável, motivado por fotos, interrompe seu ciclo natural e coloca sua sobrevivência em risco.
Dificuldades na Identificação dos Turistas
Embora o crime tenha sido registrado em vídeo, a falta de ferramentas de identificação impede que os infratores sejam multados. Barbosa lembra que, em setembro de 2023, cinco pescadores que capturaram um tubarão-martelo foram identificados e punidos. No entanto, no caso dos turistas, sem reconhecimento facial ou flagrante, a penalização se torna mais difícil.
📌 “Quando conseguimos identificar os responsáveis, tomamos todas as medidas cabíveis. Mas, no caso dos turistas, sem identificação, isso se torna muito mais difícil”, explicou Barbosa.
Preservação e Penalidades
Autoridades reforçam que a preservação da fauna marinha não depende apenas da fiscalização, mas também da conscientização dos visitantes. Crimes ambientais, como maus-tratos a animais silvestres, são previstos na Lei nº 9.605/98, com penalidades que incluem multas de até R$ 3.000,00 e responsabilização criminal.
📲 Denuncie crimes ambientais! Entre em contato com o ICMBio ou envie informações para o WhatsApp do Conexão Lagos: 21 97949-0675.