O camarão vai ser incluído no cardápio da alimentação escolar em Maricá. A pedido do prefeito Washington Quaquá, 1.500 quilos de crustáceos criados nos tanques de produção do Centro de Inovação e Aquicultura de Maricá (Ciamar), localizado na Fazenda Joaquin Piñero, no Espraiado, serão encaminhados para as cozinhas de unidades de ensino do município e para cooperativas municipais de pesca.
Nesta quarta-feira (19/03), a Secretaria de Pesca realizou o processo de despesca do camarão – processo de colher ou retirar pescados dos viveiros. Cerca de 30 alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Carlos Manoel Costa Lima, em Itaipuaçu, acompanharam todo o procedimento.
“Sou filho de pescador, nascido e criado aqui em Maricá. Vi esse projeto nascer e está sendo a realização de um sonho sua concretização. Hoje, vimos um monte de crianças felizes, querendo pegar o camarão. A felicidade será ainda maior quando colocarmos o alimento no prato para que elas possam ter uma merenda rica em proteína, com ainda mais qualidade”, disse o secretário de Pesca, Xandi de Bambuí. “Isso tudo é resultado da aplicação dos recursos públicos em benefício da população, que colhe diretamente os frutos da boa gestão desse investimento”, completou a diretora de planejamento da Codemar, Margareth Raquel.
Distribuição nas escolas municipais
A previsão é de que os pescados sejam entregues, primeiramente, em escolas localizadas em comunidades de baixa renda, como as existentes dentro dos conjuntos habitacionais Carlos Alberto Soares de Freitas (Minha Casa, Minha Vida de Inoã) e Carlos Marighella (Minha Casa, Minha Vida de Itaipuaçu). Antes disso, todos os crustáceos serão descascados e congelados, seguindo as normas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Aluna do 5º ano, Stefani Maria, de 11 anos, aproveitou a experiência para conhecer de perto como funciona processo de despesca até a chegada nos pratos dos alunos. “Gostei muito dessa atividade aqui. Ainda mais sabendo que os camarões farão parte da nossa merenda. Eu amo empadão de camarão”, comentou a estudante.
Diretora geral da Escola Municipal Carlos Manoel Costa Lima, Juliana Moreira comentou que os alunos estão ansiosos à espera do camarão na unidade. “É um marco na nossa educação. Já estamos até pensando no cardápio junto com nossos nutricionistas”, disse.
Sobre a Ciamar
O centro faz parte de um complexo industrial pesqueiro que inclui, além da produção de crustáceos e rações, o cultivo de tilápias. Os peixes já vêm participando dos testes de ração – os que receberam alimentação própria estão 90 gramas mais pesados do que os que se alimentam com a ração comercial.
O Ciamar é uma iniciativa da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF). As instalações ficam na Fazenda Pública Joaquín Piñero, no Espraiado. O grande diferencial da produção é o cultivo feito de forma intensiva e com alta tecnologia. Com isso, a densidade do camarão pode ser muito maior do que a criação tradicional.
Com a técnica do Ciamar, que usa os bioinsumos, micro-organismos que fazem o tratamento da água, o resultado pode chegar a 800 camarões por metro cúbico. Outra vantagem é que esse tipo de criação pode ser realizado em áreas menores. Ao todo, são 10 tanques de cultivo, com 450 mil litros, quatro espaços berçários e a fábrica de ração, onde um equipamento específico produz 350 quilos de ração por hora, cerca de 2,45 toneladas por dia.