Forte calor e poucos dias de chuva foram os destaques da estação na capital fluminense
A estação mais quente do ano terminou às 6h02 desta quinta-feira, dia 20 de março. Para os cariocas, a chegada do outono pode ser um alívio, após dias de muito calor e termômetros marcando 44°C em fevereiro – a maior temperatura já registrada na série histórica do Sistema Alerta Rio, que realiza a medição desde 2014. O levantamento mostrou que este foi o segundo verão mais seco dos últimos dez anos. Em 17 dias, a temperatura máxima ultrapassou os 39°C.
Este foi o primeiro verão em que o protocolo de calor foi colocado em prática no município do Rio. E, pela primeira vez, a cidade chegou a atingir o Calor 4, no dia 17 de fevereiro, mesma data em que o município atingiu 44°C de temperatura máxima. Nesta classificação, um dos critérios protocolares adotados foi a abertura de pontos de resfriamento, distribuição de água à população com maior vulnerabilidade e a possibilidade da suspensão de eventos. Anunciado pela Prefeitura do Rio em junho de 2024, a classificação tem cinco níveis de risco – de C1 a C5 –, baseados no Índice de Calor, que varia em função da temperatura e da umidade relativa do ar registradas na cidade.
Se sobrou calor, faltou chuva. Embora a cidade tenha registrado chuva muito forte em alguns pontos na última noite do verão, foram 39 dias sem chuva em todo o município. A média de chuva deste verão foi de 218,7 milímetros (mm), quando a estimativa num comparativo com anos anteriores é de 417,4mm. O mês com o menor acumulado médio foi fevereiro, com 0,6mm de chuva, sendo a média igual a 123,3 mm. O resultado fez com que fevereiro fosse considerado, também, o mês mais seco da história.
A meteorologista-chefe do Sistema Alerta Rio, Raquel Franco, explicou o que causou esse longo período seco durante a estação.
“Neste verão, especialmente ao longo do mês de fevereiro, uma massa de ar mais quente e seco, além de outros fatores, influenciaram o tempo na cidade do Rio de Janeiro. Estas condições atmosféricas impediram a passagem de outros sistemas meteorológicos em sua área de atuação, causando a diminuição de nebulosidade e chuvas, e aumento das temperaturas. Sendo assim, mesmo em dias com registro de chuva, foram chuvas muito isoladas, que não foram suficientes para subir a média da cidade como um todo”, detalhou.
OUTONO COMEÇOU COM CHUVA
O mês de março se encontra na transição entre o verão e o outono. Após a forte chuva que atingiu a cidade do Rio na noite de quarta-feira (19/3), este início de outono será de tempo instável, com previsão de chuva nos próximos dias. As temperaturas estarão amenas, com máximas abaixo dos 30°C nesta quinta e na sexta-feira (20/3 e 21/3). A média das temperaturas máximas para este mês é de 33,8°C e a precipitação média é de 139,4mm. Já a média de temperaturas máximas do outono é de 30,3°C e 283,9mm de estimativa média de chuva, segundo a série histórica do Sistema Alerta Rio.
Em alguns dias do mês, as temperaturas máximas podem superar em alguns graus essa média histórica devido a fatores como menor nebulosidade e menor ocorrência de sistemas que ocasionem chuvas. Neste período também ocorre aumento de passagem de frentes frias, o que também derruba as temperaturas máximas alguns dias.
“Os primeiros dias do outono serão chuvosos, assim como a projeção para o final de março. A tendência é que as frentes frias finalmente consigam passar com mais frequência nesse final de março e início de abril”, afirma a meteorologista.
O Sistema Alerta Rio realiza o monitoramento 24 horas por dia, direto do Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio (COR-Rio), e conta com dois radares meteorológicos – Radar do Sumaré e Radar do Mendanha –, para acompanhar as condições do tempo e emitir boletins diários.
A recomendação é que o cidadão mantenha-se atento aos canais oficiais da Prefeitura do Rio e baixe o aplicativo COR.Rio para ficar informado sobre as atualizações do tempo.