Hoje, o céu ganhou mais uma estrela — e não foi qualquer uma, meu amor. Foi Edy Star, o escândalo andante, o glitter ambulante, o pioneiro LGBTQIA+ que já fazia arte queer quando a sigla nem tinha todas essas letras.
Morreu aos 87 anos, vítima de um acidente doméstico, mas quem conhece a história sabe: a vida desse homem foi tudo, menos doméstica. Enquanto os machos de 1970 ainda tavam decidindo se usavam calça boca de sino, Edy já tava de salto, sombra azul, e desafinando machismo com a língua mais afiada da cena roqueira brasileira. Ícone não, patrimônio tombado pela própria ousadia.

Ele foi o único artista a participar do álbum “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”, ao lado de Raul Seixas, Miriam Batucada e Sérgio Sampaio. Sim, Raul, aquele que os héteros adoram tatuar sem nunca entender que tava colando com uma bicha bafônica muito antes do movimento se chamar “representatividade”.
E antes que alguém pergunte “mas ele era gay mesmo?” — meu bem, ele era GAY, GÓTICO, GLAM e GIGANTE, tudo em caps lock. Ele não pedia espaço, ele criava palco.
E agora, a gente fica com o legado: um rastro de lantejoula, coragem e voz rouca que enfrentou mais preconceito que blogueira fitness em reality rural.
Enquanto muitos ainda se escondem atrás de discursos mornos, Edy Star já tava lá nos anos 70 gritando liberdade em agudo, rebolando com marra e pavimentando a estrada que hoje a gente desfila.
Edy Star partiu, mas quem foi estrela nunca será passado — será sempre luz.
Eu não dou opinião. Dou aula de sincericídio.