Uma polêmica vem abalando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e levantando questionamentos sobre a segurança pública no Brasil. Segundo reportagem publicada pelo portal R7, assinada pela jornalista Natália Martins, uma nova cartilha de pontuação de serviços internos da PRF estaria incentivando mais a aplicação de multas administrativas do que a apreensão de drogas e armas.
De acordo com o material divulgado, atos como multar um motorista por farol quebrado garantem ao policial quatro vezes mais pontos do que apreender entorpecentes ou armamentos. Essa mudança de critério tem gerado indignacão entre os agentes da corporação, que veem a medida como um retrocesso no combate ao crime organizado.
A pontuação é utilizada internamente para avaliar o desempenho dos policiais, podendo influenciar em promoções e transferências. Tradicionalmente, grandes apreensões eram vistas como demonstrações de eficácia e comprometimento com a segurança. Com a nova cartilha, há o temor de que agentes se sintam desmotivados a realizar operações de maior risco em detrimento de serviços administrativos mais simples e seguros.
A tabela de pontuação incentiva a apreensão de maior quantidade de veículos e desestimula a apreensão de armas e drogas. Para cada veículo apreendido, a corporação credita 25 pontos ao policial. Qualquer autuação com abordagem, “como por farol quebrado”, credita 25 pontos. Já a apreensão de armas e drogas rendem apenas 5 pontos ao servidor. Natália Martins

Reprodução/PRF

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Os pontos atingidos podem ajudar na hora da escolha para progressão na carreira, quando há possibilidades de curso, e na hora da escolha de férias, por exemplo.
Procurada, a PRF justificou que a nova metodologia busca padronizar a avaliação de serviços, mas não respondeu sobre a diferença de valor atribuída às diversas atividades.
A reflexão que se impõe é: quem se beneficia ao desestimular a apreensão de drogas e armas nas estradas brasileiras? A pergunta é levantada pela reportagem da Gazeta do Povo, que destaca a importância histórica da PRF como uma das principais forças de combate ao tráfico de drogas no mundo. Ao reduzir o foco em grandes apreensões, a preocupação é que o crime organizado ganhe espaço e facilidade para atuar, colocando em risco a segurança da população.
Outro ponto relevante é a questão sobre as multas por problemas como faróis quebrados. Evidentemente, um veículo com defeitos de iluminação representa um risco à segurança no trânsito, especialmente à noite ou em condições adversas. No entanto, é preciso considerar o contexto das estradas brasileiras: vias mal conservadas, com buracos e falta de manutenção adequada, comprometem a integridade dos veículos. Quem nunca sofreu danos como faróis quebrados, amortecedores danificados ou pneus estourados por conta da precariedade das rodovias?
Assim, é necessário equilibrar a fiscalização rigorosa com uma análise realista das condições enfrentadas pelos motoristas brasileiros.
O tema deve gerar ainda mais discussão nos próximos dias, com cobranças de parlamentares e da sociedade civil organizada.
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💊 Fontes:
R7 – Policial rodoviário tem pontos por serviço; multa por farol quebrado vale 4 vezes mais que apreensão
Gazeta do Povo – Quem interessa o fim da PRF que mais apreende drogas no mundo