Por Victória Calypso – colunista, mística e levemente cruel
Aconteceu, Brasil.
Jesus… chutou.
Não metaforicamente, não em parábolas, não com palavras doces.
CHUTOU real, oficial e sem edição de João 3:16.
Durante uma encenação da Via Sacra, aquele clássico anual onde a gente finge que tá tudo bem enquanto assiste um moço suado carregando cruz no meio da praça, o intérprete de Cristo simplesmente perdeu a paciência e mandou um fã inconveniente direto pra unção do ortopedista.
E eu te pergunto: se até Jesus, mesmo que só no teatro, largou o “dai a outra face” e aplicou um “dá licença, pestinha!” com os dois pés, quem somos nós pra manter a compostura no grupo da família?
Segundo o vídeo que circula na internet, o moço (que estava incorporando o salvador do mundo) foi importunado por um homem que claramente confundiu Via Sacra com episódio de “Vai que Cola”, “tentando subir” na Cruz, não aguentou e acabou reagindo com um chute que fez até os romanos da encenação pararem de fingir.
E se você acha que isso é blasfêmia, respira, acende uma vela e confere os comentários. Tem gente defendendo o chute como se fosse parte do evangelho perdido de Maria Madalena:
“Até Jesus se estressa, mana.”
“Milagre foi ele ter aguentado até ali.”
“Se fosse eu, tinha dado logo três.”
Gente, vocês entendem o nível da nossa sociedade quando o povo assiste a crucificação de Cristo ao vivo e torce pra ele descer da cruz e meter o louco tipo Velozes e Furiosos: Edição Jerusalém?
A performance virou viral, o chute virou meme e, obviamente, o que era pra ser reflexão virou entretenimento de primeira categoria. E eu? Eu só observo, julgo e escrevo com uma taça de vinho e um incenso de lavanda.
A pergunta que fica é:
Se até Jesus em 2025 perdeu a paciência, quem somos nós pra manter a calma na fila da farmácia ouvindo o cover da Ana Carolina desafinando no TikTok?
Que atire a primeira pedra quem nunca quis dar um chutinho sagrado na cara da inconveniência.
✨ Eu não dou opinião. Dou aula de sincericídio.