Trecho no bairro Mossoró apresenta acúmulo de algas, lama e esgoto, preocupando ambientalistas e residentes.
Moradores do bairro Mossoró, em São Pedro da Aldeia, têm manifestado crescente preocupação com as condições da Lagoa de Araruama. Relatos indicam que a área próxima ao bairro está se transformando em um “pântano de algas, lama e esgoto in natura”. Imagens capturadas pelos residentes mostram uma camada espessa de detritos, com água praticamente estagnada e contaminada por resíduos sólidos e vegetação em decomposição.
Apoio de Movimentos Ambientais
O movimento Lagoa Viva, dedicado à preservação ambiental, reforça as denúncias dos moradores, destacando que a poluição tem se intensificado em diversos trechos da lagoa, incluindo áreas como Praia do Siqueira, Camerum, Poço Fundo, Balneário, Condomínio Zacarias e regiões próximas à Marinha, todas em São Pedro da Aldeia. Segundo o grupo, o “colapso” da lagoa não é mais uma ameaça futura, mas uma realidade presente.
Contraste com Áreas Certificadas
A situação crítica em determinados pontos da Lagoa de Araruama contrasta com outras áreas que receberam recentemente a certificação Bandeira Azul, um reconhecimento internacional de qualidade ambiental. Praias como Caiçara (Arraial do Cabo), Ubás (Iguaba Grande) e Pedras de Sapiatiba (São Pedro da Aldeia) foram contempladas com essa distinção, que exige, entre outros critérios, a limpeza e segurança das águas para banho.
Posicionamento da Prolagos
Em resposta às denúncias, a concessionária Prolagos afirmou que está participando de vistorias técnicas em conjunto com o Comitê de Bacias Lagos São João, o Consórcio Intermunicipal Lagos São João, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e secretarias municipais de Meio Ambiente, com o objetivo de identificar e implementar ações corretivas. A empresa assegurou que o sistema de esgotamento sanitário está operando normalmente, mas ressaltou que fatores naturais, como direção e velocidade dos ventos, movimento das marés, índice pluviométrico, altas temperaturas e baixa profundidade, influenciam diretamente na aparência da lagoa.
Análise de Especialistas
O biólogo Eduardo Pimenta corrobora a posição da Prolagos, indicando que, embora haja problemas pontuais em cerca de 15% da extensão da lagoa, mais de 80% do corpo hídrico apresenta boas ou ótimas condições de balneabilidade. Ele destaca que, especialmente durante o verão, fatores como temperatura elevada e menor profundidade podem contribuir para a proliferação de algas e acúmulo de matéria orgânica em decomposição.
A situação da Lagoa de Araruama exige atenção e ação coordenada entre autoridades, concessionárias e comunidade local para mitigar os impactos ambientais e preservar este importante ecossistema. A participação ativa da sociedade civil e de movimentos ambientais é crucial para monitorar e cobrar soluções efetivas para os desafios enfrentados pela lagoa.
Editorial Conexão Lagos