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quarta-feira, 5 fevereiro, 2025

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Onça-parda ameaçada de extinção é flagrada por câmeras de monitoramento em Maricá


Foto: Reprodução

Mais uma onça-parda (Puma concolor) foi flagrada por câmeras do Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre (Mofama) no município de Maricá. O animal – de aproximadamente dois anos de idade – foi visto circulando no Refúgio de Vida Silvestre Municipal de Maricá (Revis), no Espraiado, em janeiro deste ano. Em abril de 2024, outra onça da mesma espécie foi avistada na região.

Além das onças, os equipamentos capturaram imagens de gambá (Didelphis), cuíca (Metachirus nudicaudatus), caxinguelê (Sciurus aestuans) e quati (Nasua nasua). Ao longo de 2024, o projeto também fez diversos registros de felinos silvestres como onça-parda (Puma concolor), gato maracajá (Leopardus Wiedii), gato mourisco (Puma yagouaroundi) e jaguatirica (Leopardus pardalis), animais topo de cadeia e que são índices de qualidade ambiental, provando a efetividade das Unidades de Conservação.

“O registro de uma nova onça-parda em nosso Refugio de Vida Silvestre é um marco para a biodiversidade e reforça nosso compromisso com a preservação, monitoramento e educação ambiental, contando sempre com o apoio da comunidade para proteger nossa riqueza natural”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Helter Ferreira.

Armadilhas fotográficas

As armadilhas fotográficas são instaladas nos troncos das árvores e vistoriadas uma vez no mês, dependendo da sequência do disparo. Os equipamentos ficam instalados em pontos estratégicos do Refúgio de Vida Silvestre de Maricá para captar, além das imagens de onças-pardas, registros de diversos outros animais.

O programa ganhou reforço em 2023 com câmeras cedidas pelo projeto Onças Urbanas, uma cooperação técnica entre o Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o BioParque do Rio de Janeiro e o Projeto Aventura Animal, coordenado pelo biólogo Dr.Izar Aximofi. O trabalho consiste no monitoramento da fauna e no incentivo à educação ambiental com a comunidade do entorno. O projeto Onças Urbanas atua ainda em Niterói e no Rio de Janeiro, que são as três cidades litorâneas da Região Metropolitana.

O biólogo Izar Aximofi informou que também foram flagrados outros mamíferos terrestres de médio e grande porte, incluindo espécies ameaçadas de extinção como gato-maracajá (Leopardus Wiedii) e gato mourisco (Puma yagouaroundi), além de lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e paca (Cuniculus paca). “Todas essas espécies não são mais encontradas, por exemplo, no Parque Nacional da Tijuca, outra unidade de conservação urbana próximo à Costa na Região Metropolitana. Isso revela a importância do REVIS para a conservação de mamíferos da Mata Atlântica”, destacou.

Ameaça de extinção

A onça-parda é ameaçada de extinção e está presente na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e considerado vulnerável pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O animal silvestre é um predador estritamente carnívoro. Porém, a espécie é uma das mais generalistas entre os felinos. Na falta de presas grandes, os pumas podem comer uma variedade grande de presas, incluindo lagartos, aves e insetos.

Seu peso varia entre 40kg e 50kg. Assim como a maioria dos felinos, as onças-pardas são animais com hábitos crepusculares e/ou noturnos, ou seja, mais ativos no fim de tarde e durante a noite. São solitárias e oportunistas, aproveitando qualquer chance para se alimentarem.

Primeiro registro da onça-parda

O primeiro registro da onça-parda (puma concolor ou suçuarana) foi feito em setembro de 2021 no Refúgio de Vida Silvestre de Maricá. Em outubro de 2023, a Prefeitura fez o segundo registro do mesmo felino na região. O terceiro registro aconteceu numa propriedade rural de Ponta Negra, entre os dias 6 e 7 de fevereiro de 2024. A espécie era considerada extinta há mais de um século na área litorânea. Já o quarto flagrante foi feito em uma área de mata a quatro quilômetros da sede do Revis, no Espraiado.

Outros flagrantes de animais ameaçados de extinção

Em novembro de 2024, a Prefeitura de Maricá fez um registro raro de um jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi), também conhecido como gato-mourisco, caminhando pelo Refúgio de Vida Silvestre de Maricá. O mamífero carnívoro da família dos felídeos foi flagrado, pela primeira vez, pelo Mofama no dia 29 de janeiro de 2024, na região do Espraiado. O gato-mourisco também é um animal ameaçado de extinção, presente na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Por meio do programa de monitoramento da fauna, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade levanta dados que são utilizados em pesquisas sobre as áreas naturais protegidas da cidade. Além disso, sua finalidade é também de avaliar a efetividade das áreas naturais protegidas para a conservação da biodiversidade por meio de apanhamento e análise contínua das tendências populacionais de diferentes espécies.

Fonte: Prefeitura de Maricá

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